A história de Jatobá é marcada pela força de um povo que nunca aceitou ficar à margem do desenvolvimento. Localizada às margens do rio São Francisco, a região que hoje forma o município nasceu como uma pequena vila, em virtude da construção da Usina Luiz Gonzaga.
As origens
Durante muito tempo, Jatobá foi apenas uma localidade pertencente a Petrolândia. Os moradores, no entanto, sentiam na pele o abandono político e a falta de investimentos. Estradas precárias, ausência de serviços básicos e a necessidade de lutar por reconhecimento fizeram surgir, em 1982, a Associação dos Moradores, liderada pelo senhor Iranir Félix. Foi o primeiro passo de uma mobilização popular que mudaria os rumos da vila.
O caminho para a emancipação
Nos anos 1990, cresceu a consciência de que Jatobá poderia se tornar município. Mas havia um obstáculo: para se emancipar, primeiro era preciso se tornar distrito. Após muitas articulações e enfrentando resistências, a localidade conseguiu ser reconhecida como o 3º distrito de Petrolândia, ao lado da Volta do Moxotó, que já era o 2º distrito.
Mesmo com a conquista, a luta estava longe de terminar. Surgiram discussões sobre os limites territoriais, já que alguns políticos da época tentavam restringir a área da nova cidade, deixando comunidades importantes como Itaparica de fora. A união da população foi decisiva para garantir que essas localidades fossem incluídas, atendendo aos requisitos necessários para a emancipação.
A vitória do povo
O ponto decisivo veio em 03 de setembro de 1995, com a realização do plebiscito que deu voz à população. Em clima de festa e esperança, os moradores disseram “sim” à criação do novo município. Poucos dias depois, em 28 de setembro do mesmo ano, Jatobá foi oficialmente reconhecida como cidade, escrevendo uma nova página de sua história.
Jatobá hoje
De lá para cá, Jatobá cresceu, construiu sua identidade e consolidou-se como um município que carrega no peito a coragem e a perseverança de sua gente. Conhecida como a “Capital da Tilápia”, mantém viva sua ligação com o São Francisco e valoriza as raízes culturais que deram origem à cidade.
Mais do que um território, Jatobá representa um sonho coletivo que se transformou em realidade graças ao esforço de homens e mulheres que acreditaram que sua terra merecia dignidade, autonomia e futuro.
https://www.youtube.com/watch?v=qVQC0lhWkeg
O preço da liberdade
A segunda parte do nosso documentário mostra que a emancipação de Jatobá não foi apenas fruto de um desejo coletivo, mas também da união de diferentes forças que, cada uma à sua maneira, deram vida a esse sonho.
No coração do movimento estava Iranir Félix, cuja paixão por Jatobá o fez pronunciar a frase que até hoje arrepia os jatobaenses:
“Eu mataria e morreria por Jatobá. Daria a minha vida para tornar esta cidade independente.”
Ao lado dele, outras figuras se destacaram com papéis fundamentais:
Climério, com sua firmeza e dedicação nos trâmites burocráticos, foi a mão que organizou documentos, encaminhamentos e articulações oficiais, transformando a vontade popular em processos concretos.
Paulo Xavier, com coragem e estratégia, soube conduzir as articulações políticas, enfrentando pressões e planejando cada passo para que o movimento não perdesse força.
O vereador Paulo Daltro, responsável por definir os limites do município, garantiu que áreas fundamentais, como Itaparica e comunidades vizinhas, fizessem parte do território de Jatobá, completando os requisitos para a emancipação.
Waldemir, em um gesto de entrega admirável, chegou a fechar o seu comércio para se dedicar integralmente à comissão, mostrando que o sonho coletivo era maior do que qualquer interesse individual.
Neto, a força jovem, que trouxe energia, entusiasmo e esperança à luta, mostrando que a juventude também tinha voz e lugar nesse processo histórico.
Cada um, à sua maneira, foi essencial: Iranir com a chama da paixão, Climério com a força da organização, Paulo Xavier com a visão estratégica, Paulo Daltro com a definição do espaço geográfico, Waldemir com sua disposição e coragem e Neto com sua energia e entusiasmo. Juntos com os demais membros da Comissão Pró Emancipação de Jatobá, representaram a luta de um povo inteiro.
Givaldo Cordeiro, Zé Freire, Edinho, João Maranhão, Jorge da Farmácia, Artur Pedro, Enoque e Edson do Posto. Guerreiros que ficarão marcados na história de Jatobá.
Trinta anos se passaram e hoje podemos afirmar: vivemos em uma cidade livre e vencedora graças a essas pessoas sonhadoras que deram tudo de si pela emancipação.
Parabéns, Jatobá, pelos 30 anos de emancipação política!
